quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Uma petição ao Papa em favor da comunhão para os divorciados que voltaram a casar

Uma petição assinada por vários teólogos espanhóis prestigiados pede ao Sínodo dos Bispos e ao Papa que os divorciados recasados possam ser aceites à comunhão, argumentando que, desse modo, a Igreja estará a ser fiel ao espírito do Evangelho. A petição, que pode ser lida aquiapresenta um conjunto de razões bíblicas e antropológicas, destinando-se a ser assinada por quem com ela concordar. 

No texto, agradece-se ao Papa os seus esforços “no meio de resistências tão cruéis, para dar à Igreja um rosto mais conforme com o Evangelho e com o que Jesus merece”, num caminho de uma “misericórdia exigente”.

O primeiro ponto da petição recorda:
Na Palestina do século I, as palavras de Jesus diziam directamente respeito ao marido que atraiçoa e abandona a sua mulher, porque gosta mais de outra ou por motivos deste género. Portanto, são em primeiro lugar uma defesa da mulher. Aí, sim, a frase do Mestre é sem apelo: “Não separe o homem o que Deus uniu”.
No tempo de Jesus, não se conhecia a situação de um casamento que (talvez por culpa dos dois ou por uma incompatibilidade de modos de ser, não descoberta antes), fracassa no seu projecto de casal. Dada a situação da mulher em relação ao marido, na Palestina do século I, essa hipótese era impensável. E aplicar as palavras de Jesus a uma situação desconhecida no seu tempo, quando o que há não é o abandono de uma parte, mas um fracasso dos dois, poderia equivaler a desfigurar essas palavras. Estaríamos assim a manipular Jesus no altar da própria segurança dogmática e a pôr a letra que mata acima do espírito que dá vida, contra o conselho de São Paulo.


O texto integral pode ser lido na ligação antes referida, onde também está disponível um campo para que cada pessoa possa assinar a petição, se assim o entender.

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