sábado, 7 de junho de 2014

Músicas que falam com Deus (29) - Pentecostes: uma constelação de linguagens


(Pentecostes, Evangelho Arménio, 1455; 
Walters Art Museum’s Works of Art; 
ilustração reproduzida daqui) 


O comentário de Vítor Gonçalves aos textos da liturgia católica deste domingo é, desta vez, um poema com o título Chamo-Te, Espírito Santo:

Vem dar beleza à nossa presença no mundo, e afinar o nosso canto de amor!
Chamo-Te Espírito-Óleo-Perfume, que curas e encantas,
penetras para revigorar, e difundes-te para consolar.
Renovas a força do abatido e perfumas graciosamente a vida.
Tu que ungiste profetas, reis e sacerdotes,
e também doiraste as nossas frontes,

Vem curar-nos tristezas e doenças, para dar a todos o perfume de Cristo! 
(o texto pode ser lido aqui na íntegra)


Sobre o tema do Pentecostes, João Madureira compôs há quatro anos uma Missa intitulada Vento, acerca da qual escreveu o compositor:

Prefiro pensá-la enquanto constelação, e gosto de rejeitar qualquer conceção evolutiva da minha produção, em que cada momento surge como confirmação ou desmentido do momento anterior. Procuro um todo de várias “linguagens” particulares, naturalmente ligadas entre si pela sua intenção expressiva, e não pelos recursos técnicos utilizados. Isto implica um novo olhar sobre o conceito de “linguagem musical”: tonalismo, modalismo, pantonalismo, dodecafonismo, serialismo, minimalismo e espectralismo, sendo então apenas modos particulares de articulação de uma mesma expressão que a todos está subjacente. 
(o texto do compositor sobre a sua obra pode ser lido aqui, onde também se pode ouvir um excerto da Missa e seguir ligações para outros excertos e textos)


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