sábado, 8 de outubro de 2011

Um Nobel da Paz no feminino e inspirado pela fé

Uma das laureadas com o Prémio Nobel da Paz, Leymah Gbowee, activista liberiana que ajudou o seu país a sair de uma brutal guerra civil, disse nesta sexta-feira que a melhor maneira de conseguir a paz é começar nas pequenas comunidades locais.

De acordo com uma notícia do serviço de informação do Conselho Mundial de Igrejas, Gbowee afirmou, no Interchurch Center de Nova Iorque: “É altura de fazermos justiça nas nossas comunidades. Um dia, os problemas do mundo irão bater à nossa porta.”

A activista tinha já marcada a sua participação num evento organizado pelo Conselho Nacional de Igrejas dos Estados Unidos, para o momento em que foi anunciado o prémio. Citando os exemplos de militantes da causa da paz e da justiça, Gbowee referiu Martin Luther King e o arcebispo Desmond Tutu. E acrescentou, sempre de acordo com a mesma fonte, que não acredita que seja possível a prática da não-violência sem qualquer relação com um poder superior: “A minha fé ajudou-me efectivamente”, afirmou Leymah Gbowee, que integra a Igreja Luterana da Libéria.

Além de Gbowee, o Nobel da Paz deste ano foi atribuído à actual Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf e à militante iemenita Tawakkul Karman, que tem liderado a oposição ao ditador Ali Abdullah Saleh.

Leymah Gbowee, que organizou um grupo de mulheres cristãs e muçulmanas para desafiar os senhores da guerra na Libéria, foi distinguida pelo Comité Nobel por ter conseguido ultrapassar fronteiras étnicas e religiosas, mobilizando as mulheres para a paz e a participação nas eleições. Trabalhou com pessoas que viviam situações traumáticas, incluindo antigas crianças-soldado. A guerra civil liberiana terminou em 2003, após o que Johnson Sirleaf foi eleita.

A experiência de Gbowee está relatada num livro – com o título “Mighty Be Our Powers: How Sisterhood, Prayer, and Sex Changes a Nation At War” (Fortes são os nossos poderes: como a fraternidade [de irmãs], a oração e o sexo mudam uma nação em guerra”) – e será apresentada num documentário que terá a sua estreia no dia 11, na estação pública de televisão dos EUA.
(Serviço de Informação do Conselho Mundial de Igrejas)

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