quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A propósito de uma “correcção”

Texto de João Duque
professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (Braga)


João Paulo II "repreendendo" o padre Ernesto Cardenal, na Nicarágua, em 1983; 
invertem-se agora as posições e é o Papa quem é repreendido? (foto reproduzida daqui)

Superou-se a ideia quase fixa de que quem defende o papa é “conservador” e quem o critica é “progressista”.

Foi tornada pública, nos dias passados, uma autodenominada “correcção” à “Amoris Laetitia” do Papa Francisco, assinada por um grupo de teólogos. Trata-se de um texto complexo, que não permite um comentário breve, muito menos em contexto jornalístico. Da minha parte, apenas extrairei desse texto – independentemente do contexto e mesmo das personalidades que o assinam, pois não me cabe fazer juízos – alguns elementos que me parecem merecer reflexão e que, nesse sentido, não deixam de ser “positivos”.
Já agora, antes de entrar nesses elementos, devo manifestar estranheza pelo próprio título: chamar pomposamente à apresentação de um posição diferente – mesmo contrária – à do Sumo Pontífice uma “correção” pressupõe que quem corrige é detentor de uma verdade absoluta e final. É claro que é isso que pretende precisamente esse texto; mas também é claro que aí reside um dos seus maiores problemas. Não quero, contudo, fixar-me nessa questão, pois levaria demasiado longe – e provocaria, certamente, muitas correcções...
(o texto pode continuar a ser lido aqui)




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