quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A César o que é de César – a Igreja e a política

Na sua crónica no sítio da RR, Manuel Pinto escreve sobre o convite do Presidente da República aos líderes políticos ibero-americanos para participarem nas celebrações do centenário de Fátima. O título é A César o que é de César:

“Presidente da República convida líderes ibero-americanos para o Centenário das Aparições” era o título em destaque em diversos meios de comunicação, na recta final da recente Cimeira Ibero-Americana, realizada em Cartagena das Índias, na Colômbia. Alguns media acrescentavam que o convite foi feito não só pelo Presidente da República, mas também pelo primeiro-ministro.
(o texto pode ser lido aqui na íntegra)


Nas suas últimas três crónicas no Público, frei Bento Domingues escreveu precisamente sobre a relação entre cristianismo e política, sob o título genérico A Igreja e a política: que Igreja e que política? Ficam a seguir citações e ligações para os três textos:

Longa tem de ser a aprendizagem do diálogo no interior da Igreja, para que toda ela se confronte, hoje, com os problemas de toda a sociedade, na diferença legítima das suas sensibilidades, mas trabalhando para vencer o abismo entre os poucos muito ricos e os muitos muito pobres. É um caminho de conversão e sem esse processo não é possível falar da generalização de direitos e deveres humanos. O destino universal dos bens pode encontrar muitas modalidades de realização, mas não muitas formas de o negar.

Depois de, na Europa, se terem mandado as religiões para a sacristia, para não perturbar a política e a política não perturbar as religiões, estas apresentam-se inopinadamente na praça pública em trajes e armas pouco convencionais.
É preciso repensar tudo, de fio a pavio, e ensaiar outros caminhos.

A política, tão denegrida, é uma sublime vocação. É uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem-comum. Neste ponto, o Papa citava um documento dos Bispos franceses sobre a reabilitação da política (1999). Entretanto, muita coisa mudou em França e no mundo o que provocou outro documento sobre a urgência em reencontrar o próprio sentido da política. A laicidade francesa também está em evolução. O Conselho de Estado recomenda a autorização de Presépios nas Câmaras Municipais, não como culto, mas como cultura.
Poderá a reforma que Francisco propõe para a Igreja deixar a política indiferente? 


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