domingo, 26 de abril de 2015

Pastores e mercenários, justiça e misericórdia, futuro e bombas, poder e serviço

Crónicas

No comentário aos textos da liturgia católica deste domingo, designado do Bom Pastor, Vítor Gonçalves escreve sobre Pastores ou mercenários?:

Aprender a ser bom pastor insere-se no aprender a sermos humanos. Liga-se aos valores e à educação, na família e na convivência social. Aprende-se mais pelo exemplo do que pelas teorias, pelas escolhas e pela capacidade de aprender com os erros. Fundamenta-se em princípios que se chamam: direito à vida, à liberdade, ao trabalho, e a todos os outros da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Concretiza-se na responsabilidade por construir um mundo mais justo e humano. E para os que acreditamos em Jesus Cristo compromete-nos em dar a vida como Ele. Grava-se no nosso espírito desde tenra idade e, por isso, as palavras de Umberto Eco numa entrevista da revista do Expresso na semana passada são uma interpelação: “É impossível pensar o futuro se não nos lembrarmos do passado. Da mesma forma, é impossível saltar para a frente se não se der alguns passos para trás. Um dos problemas da actual civilização – da civilização da internet – é a perda do passado.”
Quem nos marcou profundamente para querermos ser bons pastores? Que memórias nos alimentam o gosto de dar a vida pelos outros? Que pastores ou mercenários estamos a criar?
(o texto integral pode ler-se aqui)


A crónica de frei Bento Domingues no Público deste Domingo, intitulada Sem justiça nem misericórdia, deixa uma pergunta e uma resposta:

Porque será que tantas pessoas, de tantos países – católicos ou não – se reconhecem, se solidarizam e se sentem interpeladas pelas atitudes e mensagens deste Papa, como se ele fosse o seu guia espiritual?
Talvez por ele não querer mandar em ninguém e denunciar aqueles que querem tornar a Igreja uma instituição de poder, de dominação das consciências, em vez de uma fraternidade de serviço, seja de quem for, mas, sobretudo, daqueles que sobram na sociedade.
(o texto integral pode ler-se aqui)


Na crónica de sábado no DN, intitulada O futuro com quatro bombas, Anselmo Borges referia o armamento nuclear, a crise ambiental, a manipulação genética e o “cansaço vital”. E notava, sobre este último:

Neste sentido, quando a Europa parece envergonhar-se das suas raízes cristãs, foi para muitos uma saudável e bela surpresa a saudação de Páscoa do primeiro-ministro britânico, David Cameron, de que fica aí o essencial. “A Semana Santa é um tempo no qual os cristãos celebram, com a ressurreição de Jesus, o triunfo da Vida sobre a morte. Para todos os outros, é o momento de reflectirem sobre o papel que desempenha o cristianismo nas nossas vidas.” O cristianismo é “uma forma de vida”: quando há sofrimento, necessidades, a Igreja está presente. “Sei por experiência que, nos piores momentos da vida, a proximidade da Igreja é uma enorme consolação.” Através de toda a Inglaterra, a Igreja pratica o amor; por isso, “deveríamos sentir orgulho em dizer: este é um país cristão”. Acolhemos e abraçamos todas as religiões e quem não tem nenhuma, “mas somos um país cristão”. Como tal, “temos o dever de erguer a voz e denunciar a perseguição dos cristãos no mundo”. Devemos recordar e agir a favor de todos estes “cristãos valentes” que sofrem.
(o texto integral pode ler-se aqui)


No CM de sexta-feira, Fernando Calado Rodrigues escrevia sobre as novas regras para os centros sociais paroquiais, sob o título O poder e o serviço:

Não falta, todavia, quem aspire à direção de uma IPSS, mais atraído pelas quantias que movimenta e pelos empregos que garante do que por uma genuína caridade cristã ou pelo serviço à comunidade. Isso pode levar, como já levou, a que por vezes os recursos sejam usados, não para combater a pobreza, mas para gerar e alimentar “clientelas”. Uma tentação a que ninguém está imune, tanto padres como leigos, e que pode mesmo descambar em esquemas de corrupção e de tráfico de influências.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Ana Vicente (1943-2015): Mulher crente em Deus presente no mundo

Memória


Ana Vicente (foto reproduzida daqui)


Em 2011, no livro Memórias e Outras Histórias (Temas e Debates, 2011), escrevia, a propósito da doença cancerosa que a atingira três anos antes: “Neste , como em qualquer período da nossa vida, o futuro é um país estrangeiro, como dizia um escritor inglês. Estar atenta aos sinais dos tempos em geral e aos que se atravessam no meu caminho, especificamente, é aconselhável. Estar em comunhão com Deus e com o próximo é o bem-estar permanente que procuro.”
Era assim Ana Vicente, investigadora e autora de vários livros, defensora dos direitos das mulheres e membro do movimento internacional Nós Somos Igreja, que morreu domingo passado no Estoril. Uma missa de sétimo dia será celebrada no próximo dia 29, quarta-feira, às 19h45, no Convento de São Domingos, em Lisboa, presidida por frei Bento Domingues, amigo de longa data.
Mulher de fé, acreditava num cristianismo fortemente implicado na vida das pessoas, atenta ao mundo e aos seus sinais, interessada por aqueles e aquelas que a rodeavam. Mesmo na doença, Ana Vicente não deixou de procurar esse “bem-estar” – não só para ela, mas também para outros. Com a ajuda de uma enfermeira do Instituto Português de Oncologia, reuniu várias pessoas com problemas oncológicos que se juntavam periodicamente para conversar sobre a doença, as angústias e as esperanças que os habitavam.
A serenidade, o sorriso, a delicadeza com os outros, bem como as convicções fortes pelas quais lutava, eram marcas da sua personalidade. Numa entrevista dada em conjunto com a filha, Filipa, a Anabela Mota Ribeiro, publicada no Público em Julho de 2013 (disponível aqui na íntegra), a filha contava, sobre o modo como a mãe vivia a doença: “Ela resiste à doença e desafia-a, contra todas as regras – até nisso vai contra as regras. O livro [A Arte Sem História, de Filipa Lowndes Vicente] é uma forma de falar do enorme amor e admiração que tenho pela minha mãe. Ainda maior, se possível, ao ver a serenidade e ao mesmo tempo a energia, o humor!, com que tem convivido com a doença.”

quinta-feira, 23 de abril de 2015

"Somos todos pessoas" - De branco, no Domingo, pelas vítimas da indiferença no Mediterrâneo


Migrantes socorridos no Mediterrâneo (foto reproduzida daqui)

Um pano branco à janela ou uma peça branca de roupa é o apelo de um conjunto de organizações católicas para o próximo Domingo. O objectivo é que cada pessoa manifeste a sua indignação pela tragédia que se tem consumado no Mediterrâneo e “pelos milhares de pessoas que têm sido engolidas pelo oceano”, como afirmou o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, citado na Ecclesia.
A iniciativa inclui uma prece no momento da oração dos fiéis, em cada eucaristia celebrada, pedindo a Deus que ajude a construir “uma só família humana”.
Convocada poucas horas antes da reunião dos responsáveis políticos da União Europeia, a iniciativa #somostodospessoas pretende afirmar a solidariedade para com as vítimas dos naufrágios no Mediterrâneo. Ao mesmo tempo, os seus promotores pretendem afirmar a possibilidade de medidas “de maior humanização” para com os migrantes, mais do que a “excessiva preocupação securitária” por parte da Europa.
Na página da Cáritas na internet, afirma-se que estes migrantes que naufragam e morrem no Mediterrâneo “têm sido ultrajados na sua dignidade humana ao tentarem atravessar fronteiras à procura das mais básicas condições para a sua sobrevivência”.
Só nestes primeiros 112 dias de 2015, morreram já mais de 1500 pessoas, número 50 vezes superior ao de 2014. “Os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a morte de mais de 700 pessoas que se viram trancadas no porão do navio, e muitos outros já vividos não só no nesta região mas também noutros lugares onde a imigração é considerada irregular face às leis humanas vigentes, obrigam-nos a não ficar calados, sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo, particularmente os que têm responsabilidades políticas”, lê-se no site da Cáritas Portuguesa.
Os promotores da iniciativa recordam uma frase do Papa Francisco: “São homens e mulheres como nós, irmãos que procuram uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras. Procuram uma vida melhor, procuravam a felicidade.” E acrescentam: “Acreditamos que a União Europeia pode e deve fazer mais por cada uma destas pessoas, nomeadamente, olhando de forma diferente para os seus países de origem. As organizações da Igreja Católica pedem medidas que ultrapassem a excessiva preocupação securitária e de controlo de fronteiras e que se pensem alternativas de maior humanização.”

As organizações que convocam a iniciativa, com o apoio da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, são Agência Ecclesia, Cáritas Portuguesa, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Nacional Justiça, Comissão Paz e Ecologia dos Religiosos, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Obra Católica Portuguesa de Migrações, Rádio Renascença, Serviço Jesuíta aos Refugiados, Sociedade de São Vicente de Paulo. O Santuário de Fátima também já anunciou juntar-se à ideia.

domingo, 19 de abril de 2015

A barbárie, a indiferença e o silêncio da esquerda

As perseguições e massacres de cristãos


(foto: Ajuda à Igreja que Sofre, reproduzida daqui)

Na sua crónica de sábado, no DN, Anselmo Borges escreve sobre A barbárie e a indiferença, a propósito das perseguições e massacres de que têm sido vítimas os cristãos em vários países de África e do Médio Oriente, e do silêncio que sobre esses factos tem dominado:

O agnóstico Régis Debray aponta realisticamente para o politicamente correcto, interesses políticos e económicos e a indiferença religiosa do Ocidente. Afinal, as vítimas são “demasiado cristãs” para poderem interessar a esquerda e “demasiado estrangeiras” para poderem interessar a direita.
Mas o filósofo André Comte-Sponville, que professa um ateísmo com espiritualidade, chama justamente a atenção para o facto de ninguém poder ignorar as perseguições operadas pela Igreja, “mas isso não é razão para fazer recair sobre os cristãos de hoje as faltas e os crimes dos seus predecessores. Ninguém é culpável pelos pecados dos seus pais. Os direitos dos seres humanos transmitem-se pelo nascimento; a culpabilidade não. Os cristãos são, antes de mais, seres humanos. O que é suficiente para outorgar-lhes direitos e, por conseguinte, para obrigar-nos a deveres para com eles”.
(O texto pode ser lido aqui na íntegra)


Acerca do mesmo tema, a directora da edição italiana do L'Huffington Post escreve um texto sobre a solidão do Papa na denúncia destes factos e o silêncio da esquerda. No artigo, Lucia Annunziata confessa-se ateia, diz que não foi nem é católica e afirma que o Papa Francisco “está fazendo uma revolução e que ele é o verdadeiro líder da esquerda”, neste momento. E, sobre o que pode ser feito, acrescenta, na tradução castelhana:

Hay que actuar con celeridad. Los gobiernos pueden y deben trazar un plan para poner a salvo a los miles de refugiados, no solo con la asistencia básica (medicina, escuela y vivienda), sino también ofreciendo de forma generosa y amplia la nacionalidad a todas las familias que huyan de sus propios países.
Con especial atención a todos los jóvenes que quieren venir a Italia a estudiar o a trabajar. Es parecido a lo que hicieron los países occidentales antes de la segunda guerra mundial acogiendo a los judíos y otros perseguidos del nazismo incipiente. No es mucho, pero es el principio y también es un mensaje eficaz de fuerza moral y solidaridad para aquellos que desafían y se oponen a la violencia del Estado Islámico.
La izquierda no puede quedarse callada, repito. Al contrario, su silencio, su miedo pusilánime a provocar críticas de unos y de otros, su falta de coraje para asumir riesgos es, en esta encrucijada, también la mejor forma para declarar su propia disolución moral.
(o texto pode ser lido na íntegra, nesta mesma versão castelhana, aqui)


Dias antes da Páscoa, a Comissão Nacional Justiça e Paz divulgara um comunicado com o título Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar, em que pede mais acção quer aos cristãos, quer aos media, quer aos governos e autoridades políticas internacionais. Nos dois últimos parágrafos, diz o texto:

A Páscoa e o génesis; a ressurreição; e o Papa em contracorrente

Crónicas

No seu comentário aos textos da liturgia católica deste Domingo, Vítor Gonçalves visita a exposição de Sebastião Salgado, Génesis, para escrever sobre A Páscoa e o génesis:

A ressurreição de Jesus é também ressurreição da criação. Sem cair num panteísmo ou na exaltação do primitivismo e do selvagem, a responsabilidade confiada à humanidade no Génesis (primeiro livro da Bíblia) amplia-se com a Boa Nova de Jesus. Ao oferecer a salvação em Jesus, o Pai confirma-nos na comum missão de cuidar das questões relativas aos recursos naturais e ao alimento para todos, ao respeito pela diversidade da natureza, e ao bem comum da família humana. A beleza, a bondade e a verdade da criação são a base sustentável para uma existência humana mais digna e mais fraterna, que é a consequência da ressurreição de Jesus. Quem poderá esquecer S. Francisco de Assis quando nos convida a dizer: “Louvado seja Deus na natureza, / Mãe gloriosa e bela da Beleza, E com todas as suas criaturas…”!
(texto completo aqui)


No Público de Domingo, frei Bento Domingues escreve o seu segundo texto com o título A ressurreição não pode ser adiada. Citando uma entrevista ao historiador Antony Beevor, diz:

À medida que o Estado Islâmico avançar, aumentarão as migrações e as tensões sociais. Mesmo assim, a Europa será olhada, cada vez mais, como o salva-vidas do mundo. A democracia, com todos os seus defeitos, é considerada o melhor regime político, mas está em risco, mesmo nos países onde tinha mais raízes. Perdeu-se a autoconfiança nas suas capacidades. Também aqui estamos no fim das possibilidades, acima evocadas.
Os governos, ao ficarem nervosos, passam a ser ligeiramente autoritários e a tomar decisões arriscadas, por falta de contacto com a realidade do dia-a-dia dos seus povos.
É verdade: pessoas, povos e testemunhos de civilizações estão ameaçados. Os cristãos que o digam! A ressurreição e a expansão da democracia – o poder do povo – não podem ser adiadas. São um bem cada vez mais escasso. Importa ressuscitá-las, dentro e fora da Igreja. 
(texto completo aqui)


No CM de sexta-feira, Fernando Calado Rodrigues escreve a propósito das declarações do Papa Francisco sobre o “genocídio” arménio e a “teoria do género”. Com o título Papa em contracorrente, conclui:

Nestas como noutras questões, é de louvar que Francisco não se submeta à lógica do “politicamente correto”. Precisamos dele como uma consciência crítica de um mundo que se submete com facilidade às modas intelectuais e culturais.
(texto completo aqui)

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Escutar a cidade sobre pobreza, emprego e crise financeira


Foto © Adriano Miranda

Desde sempre a Igreja apresenta-se como “perita em humanidade” e “cuidadora dos pobres”. Mas nesta quinta-feira, 16 de Abril, no Fórum Lisboa, entre as 19h e as 21h00, é ela que vai ouvir as reflexões, os desafios e os reptos formulados por vozes autorizadas conhecedoras da cidade e dos seus mecanismos da produção e da reprodução da pobreza. É mais um encontro da iniciativa Escutar a Cidade com o título Pobreza, emprego e crise financeira.
O jornalista da TSF Fernando Alves, o perito em relações laborais António Brandão Guedes, a socióloga Isabel Guerra e o economista Pedro Lains serão os oradores de uma sessão em que a observação, a participação em muitos programas de luta contra a pobreza, o conhecimento das situações de desemprego e a análise do impacto da crise financeira nas classes de menores rendimentos estarão em diálogo com a percepção que a Igreja da diocese de Lisboa tem da crise social em que vivemos e com as respostas que tem procurado dar-lhe.

Identidades, comportamentos e modos de vida

Os encontros do Escutar a Cidade permitiram já um conjunto de enunciados importantes para a caminhada do Sínodo que os católicos do patriarcado estão a realizar até ao Outono de 2016.
No primeiro encontro, sobre Identidades, Comportamentos e Modos de Vida, o crítico e ensaísta António Guerreiro propôs Um breve léxico do nosso tempo, a partir de palavras como crise, economia, futuro, política/biopolítica/despolitização, precariedade e trabalho. E afirmava: “Não existe Igreja senão comprometida com este tempo, capaz de agarrar a ocasião histórica. A história apresenta-se como um campo de tensões percorrido por duas forças opostas: a primeira, a que S. Paulo chamava catechon é aquela que adia o fim ao longo do curso linear e homogéneo do tempo cronológico; a segunda é a de um tempo messiânico, a sua economia é a economia da salvação.” (o texto pode ser lido aqui na íntegra)

terça-feira, 14 de abril de 2015

Ressurreição, verdade, silêncio e esquerda

No fim-de-semana passado, não houve comentário de Vítor Gonçalves aos textos da liturgia católica; já no Domingo, no Público, frei Bento Domingues escreveu sobre A ressurreição não pode ser adiada:

A nossa linguagem sobre a ressurreição está cheia de metáforas mortas. Mas quando me deixo levar pelo que dizem as narrativas da Paixão e medito no Crucificado encontro-me dentro do poema de Herberto Helder: Estava tão morto que vivia unicamente…Renascia. O apóstolo Pedro chegou à mesma conclusão: a morte não O podia reter em seu poder (Act.2, 22-36).
Os cemitérios dizem-me que a “ressurreição” é a ideia mais justa do mundo e não pode ser adiada. A personalidade viva de cada ser humano só tem casa e jardim no coração de Deus, morada de todos, transfigurados. O ensaio começa aqui na transformação das relações humanas. Consta dos Actos dos Apóstolos 4, 32-35: não havia entre eles qualquer necessitado. Distribuía-se a cada um conforme a sua necessidade. O costume ainda não pegou. 
(texto integral aqui)


No DN de sábado, Anselmo Borges escrevia sobre A verdade nua e crua:

O pensamento da posse da verdade toda é a ilusão dos fundamentalismos. Por isso, quem julga detê-la não pode ter o poder político coactivo do seu lado. É que, nessas circunstâncias, a Inquisição queimou os que considerou hereges e o comunismo soviético ergueu o gulag e, agora, o Estado Islâmico degola, decapita, queima, vivos, os "infiéis". E aí está o horror da verdade na nudez da barbárie.
(texto integral aqui)


No CM de sexta-feira, Fernando Calado Rodrigues escrevia sobre O silêncio da esquerda:

Muitos dos políticos de esquerda reveem-se nestas e noutras críticas. Por diversas vezes já manifestaram o seu apoio às posições do Papa em matéria económica. Mas têm-no deixado a falar sozinho quando pede à “comunidade internacional que não fique muda” perante a matança de cristãos, como tem acontecido recentemente.
(texto integral aqui)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Cardeal Maradiaga no encontro Terra Justa, em Fafe: “É preciso acrescentar lugares à mesa”

Reportagem


O cardeal Óscar Rodriguez Maradiaga nesta quarta-feira, em Fafe
(foto Manuel Meira)

À mesa do café Arcada, no centro de Fafe, o cardeal Óscar Rodriguez Maradiaga lembrou: “Todos estamos convidados à mesa. Não é preciso excluir ninguém, mas antes ir acrescentando lugares à mesa.”
A afirmação surgiu num dos momentos altos do primeiro dia do Terra Justa – Encontro Internacional de Causas e Valores da Humanidade. A iniciativa do Município de Fafe, editorial Novembro e Observatório para a Liberdade Religiosa prolonga-se até sábado, na cidade, com homenagens a duas personalidades e duas organizações: o cardeal Maradiaga, Maria de Jesus Barroso, a Amnistia Internacional e os Médicos do Mundo.
Óscar Maradiaga, que preside à Caritas Internationalis e coordena o grupo de nove cardeais conselheiros do Papa Francisco, utilizou a imagem da mesa para falar de economia e da exclusão que ela tem provocado em tantos lugares do mundo – também em Portugal. “A austeridade é uma palavra pouco querida na Europa. A austeridade não é um mal, é uma virtude. Mas se for entendida apenas como ajustes de macroeconomia, deve ser recusada, porque ajusta a macroeconomia mas produz mais pobreza.” E, parafraseando uma frase de Jesus, acrescentou: “A economia é para o homem e não o homem para a economia.” 
(Texto na íntegra aqui)