quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Charlie, a bárbarie e a questão do outro; o Papa, a Igreja e o tempo da falta de tempo

Crónicas

Apesar do atraso, vale a pena reter as crónicas habituais das últimas duas semanas. Os atentados de Paris foram o tema que Vítor Gonçalves tomou, no seu comentário às leituras bíblicas de domingo passado, na Voz da Verdade. Com o título Ser “Charlie”, escreveu:
Ser “Charlie” é descobrirmo-nos tão próximos apesar das distâncias, tão ricos pelas diferenças, tão irmãos como Jesus nos quer ensinar a ser. É preciso mesmo ver para acreditar, como aqueles primeiros discípulos, que depois tiveram de ir contar a outros. E possamos sempre sorrir, na liberdade de exprimir ideias e diferenças, salvaguardando a vida de todos, e com a certeza de que Deus ama cada um, e gosta tanto de rir connosco!
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Domingo, no Público, também frei Bento Domingues escreveu sobre o tema, com o título Suster e prevenir a barbárie:
Foi muito importante ver aqueles Chefes de Estado de vários continentes, unidos contra a barbárie e pela liberdade de todos. Mas, diante das suas responsabilidades históricas e actuais, que estão a fazer para evitar tragédias semelhantes? Desfilar não pode ser o único objectivo daquela grande convocatória. O que importa é tocar a reunir para encontrarem, nas zonas de conflito, onde reina e se desenvolve a barbárie, os meios adequados para a suster e prevenir.
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Sábado, no DN, Anselmo Borges, reflectia sobre a questão do outro, sob o título O sal e a religião:
Estamos confrontados com a questão do outro. Somos, por natureza, sociais: fazemo-nos uns aos outros, a nossa identidade é sempre atravessada pela alteridade. Mas o outro enquanto diferença é ao mesmo tempo espaço de fascínio — quem não gosta de viajar para conhecer outros povos, outras culturas? — e de perigo — o outro é o desconhecido perante o qual é preciso prevenir-se.
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No Correio da Manhã da última sexta-feira, Fernando Calado Rodrigues intitulou a sua crónica como O crente não odeia:
Um crente só consegue conviver e dialogar com pessoas com opções diferentes das suas despindo-se de todo o fundamentalismo e de toda a intolerância. A Igreja Católica demorou séculos para o fazer e conseguir conviver com as outras religiões. Só a partir do Concílio Vaticano II passou a olhar com respeito para as outras crenças. Alguns sectores no seu interior e noutras confissões religiosas ainda precisam de completar esse caminho para que não mais se volte a fazer a guerra em nome de uma falsa imagem de Deus, ou de uma fé que se diz religiosa.
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Já na semana anterior falara do tema, sob o título O fundamentalismo:
Contudo, e apesar do que está escrito, também se matou e continua a matar em nome de um errónea conceção da fé cristã. Continua a matar-se porque, para Jesus, matar não é só tirar a vida, mas irar-se contra o outro (Mt. 5, 22). Basta percorrer as redes sociais para se constatar tanto ódio que é destilado por católicos fundamentalistas para com os que põem em questão o que eles consideram a doutrina ortodoxa e imutável.
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No Público de 11 de Janeiro, frei Bento Domingues escrevia sobre o Papa Francisco e o seu programa de Desadaptar a Igreja:
Pode parecer estranho, mas já deu muitos sinais de que é isso mesmo que pretende. Importa saber em que sentido. Parece-me algo diferente da “revolução” temida pelos conservadores e desejada pelos progressistas. É algo de mais radical.
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No comentário aos textos da liturgia católica da festa do baptismo de Jesus, Vítor Gonçalves escrevia sobre a “Genica” de Deus:
gostava que os sacramentos fossem muito mais “despertadores” do que “adormecedores” da nossa vida cristã; mais capazes de nos lançar para a luta e para a tensão do que “analgésicos” e “tranquilizantes” de uma vida “assim-assim”. 
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No DN de 10 de Janeiro, Anselmo Borges reflectia sobre O tempo da falta de tempo:
Mais uma vez, o sociólogo e filósofo Hartmut Rosa: "A questão não é que velocidade atingimos, mas em que medida ela é boa para uma vida boa." Afinal, quando vivemos de verdade?
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