domingo, 20 de abril de 2014

Músicas que falam com Deus (28) - Domingo de Páscoa da Ressurreição: Magnífica vida!

Magnífica vida! Com esta sugestão do tema Magnificent, dos U2, poderia celebrar-se o Domingo de Páscoa. Para os cristãos, esta é a festa da ressurreição, a madrugada que revela todos os sonhos e os torna possíveis. Que diz que tudo se pode – mesmo ultrapassar o limite do que parecia irrealizável.
Este poderia ser, portanto, um hino de ressurreição, um aleluia cantado em forma de louvor.


Bono Vox, o vocalista dos U2, diz que “sim”, que acredita na ressurreição de Jesus e que ele é a sua “maneira de entender Deus”, como se pode ler aqui.

Esta noite reveladora começa pelo símbolo da luz: uma luz que, como no poema de Jorge de Sena, começa por “uma pequena luz bruxuleante” e se multiplica pela partilha do gesto, banal, de repartir com o outro a pequena luz de cada um(a). Uma luz que rompendo lenta e incessantemente as trevas. Que continua, depois, com a água purificadora, fonte primordial e refrescante, que permite recuperar das fadigas e continuar o caminho.
Qualquer música que celebre a vida poderia , por isso, ser cantada nesta madruga intensa. Nesse sentido, um dos hinos musicais compostos por Marco Frisina para as Jornadas Mundiais da Juventude – Jesus Christ you’re my life – é uma extraordinária celebração da alegria, da emoção colectiva e da harmonia que um ritmo intenso possibilita.


(o texto da música pode ser lido aqui)

Também Oh Happy Day, o hino gospel, é essa extraordinária celebração comunitária para a qual remete a alegria da Páscoa. Nesta versão, ele é cantado de forma contagiante por Fernande Angers, Sylvie Desgroseilliers e o Quebec Celebration Gospel Choir (o texto está disponível aqui). 
Aleluia, palavra de origem hebraica que significa o júbilo – “louvai Ya[vé]” –, é a palavra da Páscoa por excelência. O Alleluia de J. Chepponis, aqui cantado no V Encontro Santa Cecília, em 2010, no Porto, é um regozijo imenso. 
De outros tempos, vêm vários temas de Aleluia, gravados há poucos anos pelo Ensemble Venance Fortunat, um dos mais importantes grupos de canto gregoriano. Neste disco, de que aqui se pode ouvir um excertoo grupo consegue deixar-nos entre a emoção e o júbilo, suspensos de um tempo que não se perdeu e nos traz a beleza da música em estado puro.
Leonard Cohen também gravou Alleluia, mas esta versão que aqui fica é cantada pelas Happy Voices, em Abril de 2009, no festival Gospel sur l'Echez, na igreja  de Bordères sur l'Echez: 


Há, enfim, modos muito diversos de dizer, em palavras, sentimentos e experiências, a ressurreição de Jesus e a ressurreição  de cada um(a). A fé é um passo difícil, talvez mesmo o mais difícil, mas há muita coisa em que acreditamos sem provas: não há razões científicas para provar, por exemplo, que gostamos uns dos outros, porque o amor não é da ordem científica, não se pode demonstrar num tubo de ensaio. No entanto, acreditamos no amor quando dizemos a outra pessoa que gostamos dela ou quando ela diz que gosta de nós. É profundamente humana esta capacidade de acreditar no outro e no seu testemunho. 
Num trabalho da Rádio Renascença, acrescentam-se outras razões para a fé na ressurreição: José Manuel Pureza, professor universitário e dirigente do Bloco de Esquerda, fala da ressurreição como um risco. Fernando Santos, actual treinador da selecção grega de futebol, afirma que a ressurreição indica o caminho do amor pelos outros. O jornalista João Paulo Sacadura acrescenta uma pergunta: “Que sentido teriam todas as lutas, todas as conquistas, todo o amor, todo o sofrimento, todos os ganhos, todos os revezes, todo o perdão, todas as promessas, todos os exemplos, todas as vidas, se não houvesse um além promissor, pelo qual vale a pena lutar e morrer?” E o músico Manuel Fúria diz que a ressurreição é o momento de uma nova criação. Os textos podem ser lidos aqui na íntegra.


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