quinta-feira, 10 de abril de 2014

A singularidade portuguesa do canto da Paixão

Agenda/Música




Há um modo português de cantar a Paixão? Hoje, às 18h, o musicólogo José Maria Pedrosa Cardoso irá explicar que sim, numa conferência na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa. Será uma das iniciativas ligadas à mostra Os Tons da Paixão – A singularidade portuguesa nas colecções da BNP, que pode ser vista até 30 de Abril, na Sala de Referência da Biblioteca.
Amanhã, sexta, também às 18h, será apresentado o livro O Passionário Polifónico de Guimarães, em edição fac-similada (ed. Sociedade Martins Sarmento), numa sessão que conta com a participação de Manuel Pedro Ferreira, Paulo Vieira de Castro e Eduardo Magalhães. A edição é acompanhada de um estudo do mesmo e da transcrição musical (feita por Pedrosa Cardoso) e de um DVD com a interpretação musical dos Voces Caelestes, dirigido por Sérgio Fontão), que também executarão na BNP alguns excertos do Passionário. Hoje e amanhã, sempre às 17h, haverá visitas guiadas à exposição, mediante inscrição prévia.
Na exposição, pode ver-se o Passionarium secundum ritum capelle regis Lustania (Lisboa, 1543), “um dos primeiros livros de música impressa em Portugal em que o próprio autor, Diogo Fernandes Formoso, declara ter seguido ordem do rei no sentido de unificar o canto da Paixão segundo códices então vigentes”, como explica Pedrosa Cardoso na folha de sala da mostra.
O investigador acrescenta que podem encontrar-se ainda evidências do modelo português “em mais dois impressos quinhentistas”, da autoria do padre Manuel Cardoso e de frei Estêvão de Cristo. Vários manuais litúrgicos do séc. XVII, acrescenta, “comprovam a prática uniforme do canto da Paixão em Portugal até à importação dos modelos do cantochão romano operada por ordem de D. João V”.
O Passionário Polifónico de Guimarães “contém a música monódica e polifónica do canto da Paixão, tal como se executava na segunda metade do século XVI no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em que a Semana Santa era solenemente celebrada”, de acordo com a informação da BNP.
A música recolhida neste Passionário inclui, além do cantochão das paixões dos quatro evangelhos canónicos, o pregão pascal e as lições de Matinas, e ainda algumas frases em polifonia nas Paixões do Domingo de Ramos (S. Mateus) e de Sexta-Feira Santa (S. João).

Os Tons da Paixão: a singularidade portuguesa nas colecções da BNP
Sala de Referência, 3-30 Abril, entrada livre
Visitas guiadas – 10 e 11 de Abril, 17h, mediante marcação prévia
Hoje, às 18h – Conferência Os tons da Paixão: a singularidade portuguesa – José M. Pedrosa Cardoso
Sexta, dia 11, às 18h – Apresentação do livro O Passionário Polifónico de Guimarães, com Manuel Pedro Ferreira, Paulo Vieira de Castro e Eduardo Magalhães e Coro Voces Caelestes

(mais informações aqui)


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