segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Natureza e velocidades do movimento ecuménico

Há um ecumenismo a duas ou mais velocidades? Um diálogo mais rápido entre católicos e ortodoxos e mais lento entre católicos e protestantes e entre ortodoxos e protestantes?
Apesar dos avanços das últimas décadas – a assinatura da declaração de reconhecimento mútuo do baptismo, sábado passado, em Lisboa, é disso exemplo –, o diálogo ecuménico sofre, pelo menos a nível institucional, ainda vários escolhos e ambiguidades.
São essas ambiguidades que o jornalista Silas Oliveira estuda no trabalho final do Curso de Formação Avançada em Jornalismo e Religiões, que frequentou na Universidade Católica entre Novembro de 12006 e Fevereiro de 2007. O artigo, a cujo texto inicial foram acrescentados alguns parágrafos de actualização no final de 2012, foi publicado na Revista Lusófona de Ciência das Religiões.
No texto, o autor faz um percurso pelos textos doutrinais e por algumas das posições oficiais católicas sobre o ecumenismo. “A Igreja Católica Romana combateu consistentemente (e coerentemente) o movimento ecuménico desde o início, defendendo o ‘primado de Pedro’ com documentos como as Encíclicas Ubi Arcano Dei (1922), Ecclesiam Dei (1923), Mortalium Animos (1928), mais tarde Mystici Corporis Christi (1943)”, escreve. E acrescenta: “Em Junho de 1948, outro documento, um Monitum disciplinar, impediu qualquer católico desejoso (e havia muitos) de participar na assembleia fundadora do Conselho Mundial de Igrejas, em Amsterdão. A doutrina básica de Roma, nesta matéria, é a de que “é clara a razão pela qual esta Sé Apostólica nunca permitiu aos seus estarem presentes às reuniões de acatólicos, porquanto não é lícito promover a união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo, dado que outrora, infelizmente, eles se apartaram dela.” (in Mortalium Animos)


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