segunda-feira, 13 de maio de 2013

Uma crise que ameaça o projecto europeu



A crise que actualmente atravessa toda a Europa “ameaça pôr em causa o projecto europeu”. A ideia, que tem sido repetida por muita gente, foi retomada pelo bispo de Leiria, esta tarde de domingo, em Fátima, na conferência de imprensa com que se anteciparam as cerimónias do 13 de Maio.
Na sua declaração, D. António Marto, referiu as ideias essenciais que estiveram por detrás do processo de integração europeia: “A paz e a solidariedade, objectivos chave da declaração de Schuman, em 9 de Maio de 1950, são ainda mais   essenciais em 2013, em que a crise económica que   atravessamos atinge duramente a sociedade europeia e causa um grande sofrimento social na Europa, sobre as gerações presentes e futuras e sobre as pessoas mais vulneráveis.”
A responsabilidade social, acrescentou o bispo António Marto, “faz parte do processo económico, é uma chave para ganhar a confiança dos cidadãos no projecto europeu”. Por isso, “deve empenhar todos os responsáveis políticos, os parceiros sociais e todos os actores da vida social.”
Numa declaração, dia 9 de Maio, a propósito do dia da Europa e da actual situação da UE, também a presidência do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) publicou uma mensagem em que recordava as vítimas das crises económica e de fé, alertando para os “egoísmos”.
“A todas as pessoas que estão hoje no continente europeu e se encontram em dificuldade pela atual crise económica, que se sentem sós, que perderam ou procuram um trabalho e que, por causa da grave crise de sentido e de fé, em particular os jovens, acham difícil olhar para o futuro, queremos dizer que a Igreja na Europa está próxima e os convida a não perder a esperança.”
O documento, que está disponível aquiconvida os habitantes do continente a “não deixar que medos e egoísmos” se sobreponham à “importância da família, o valor do dom e do acolhimento”, em favor “dos mais necessitados”.
Na conferência de imprensa referida, o bispo de Leiria criticou as consequências “tão graves e nalguns casos até desastrosas” de uma “condução meramente economicista da crise”, que estão a tornar “insustentável” a vida das famílias e das pessoas.
O bispo acrescentou ser necessário “um consenso básico fundamental” para ultrapassar a crise e contrariar o aumento da pobreza, para que o desenvolvimento não seja uma “questão esquecida”.
D. António Marto acrescentou que “diante do crescimento da pobreza é necessário um novo impulso em ordem a encontrar um consenso básico fundamental”, quer em Portugal quer na Europa. E afirmou que a pobreza tem que estar na “agenda das grandes reuniões”, apelando a que todos os responsáveis sociais assumam “como sua” a luta contra a pobreza: “É um apelo a todos os responsáveis, não só aos que estão no governo mas os de outros partidos, os parceiros sociais e todos os actores da vida social, para sentirem esta questão como sua, vendo que é todo o povo que sofre.”

(Cartoon reproduzido daqui)

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