terça-feira, 16 de abril de 2013

A fé ateia de Óscar Lopes e a crise de fé da Europa


Crónicas

Na sua crónica de sábado passado, no DNAnselmo Borges evoca a “fé” do ensaísta Óscar Lopes, a partir de um debate sobre a fé, com o antigo bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes:
Não acreditava na promessa cristã da ressurreição dos mortos, à sua espera. Mas, perguntado sobre a morte, concluiu: "Eu acredito numa sobrevivência. Há simplesmente esta pergunta: o que é que de mim desejo eu que sobreviva? E a esta pergunta eu não sou capaz de responder. Para mim existe apenas uma esperança para essas aspirações, de que a religião dá aproximações em mitos. Para mim, fica sempre a esperança, mas uma esperança que, em sinceridade, não sou capaz de tematizar, quer dizer, de reduzir a um símbolo, a uma imagem."

No domingo, no Público, frei Bento Domingues falou da Europa:
Quando se pensava que a Europa tinha optado definitivamente pela rota da cooperação e da paz, deparamos com o regresso da desconfiança, de velhos ressentimentos, com o retorno aos nacionalismos fatais, à desagregação que anunciam o caos, se nada de substancial foi feito a tempo. A propaganda, os caminhos e os processos que levaram à União Europeia fizeram sonhar com o paraíso.
Imaginar, pensar e construir um projecto de integração tão espantoso e tão difícil exigia lucidez e sabedoria política para integrar, sem esmagar povos de histórias e culturas tão diferentes, e não apenas saídas de burocracias míopes. A moeda única não pode, só por si, gerar automaticamente o “espírito europeu”.

O artigo pode ser lido na íntegra aqui.

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